quarta-feira, 15 de maio de 2013

Rumo a Punta Arenas

Hoje, dia 10 de maio, acordamos às 4:00h da matina para pegar o ônibus para Punta Arenas. Na véspera, à noite, Javier já tinha deixado o nosso café da manhã preparado. Tomamos iogurte, comemos laranja e guardamos as maçãs para comer no caminho, mas antes de mudarmos de País, pois na fronteira com o Chile nos tomariam com certeza.

Às 4:20h o táxi nos esperava na frente da pousada Família Piatti, o tempo estava bem frio e chovendo bem fininho.

O táxi nos deixou no posto de gasolina. Aqui não há rodoviária, o ônibus simplesmente para em um estacionamento ao lado do posto de gasolina.

Tiramos uma foto para os registros, daquelas que tentamos tirar dos dois juntos, esticando o braço.



Enquanto tirávamos a foto, um senhor se ofereceu para tirar a foto de nós dois juntos, aceitamos. Ele perguntou para onde íamos, de onde éramos, conversamos um pouquinho. O nome dele é Alejandro, ele é chileno e vive na suécia.



Chegou a hora do embarque, guardamos as malas no compartimento do ônibus e subimos. Nossas poltronas não eram juntas, a minha era de número 6 e a da Célia era de número 18.



Quando me sentei na minha poltrona, o cara que estava ao lado era o mesmo que havia se oferecido para tirar a foto de mim e Célia juntos no posto de gasolina, Alejandro.

Eu e Alejandro fomos conversando o tempo todo. Ele é uma pessoa muitíssimo culta, super inteligente e já viajou o mundo todo. Todos os lugares que dizíamos que tínhamos viajado ele já conhecia. Alejandro é médico de família. Enquanto isso Célia dormia na poltrona 18.

Até Punta Arenas, seriam 800km, 300 deles por estradas de terra e cascalho (rípio, como se diz aqui). A viagem duraria 12 horas.

Depois de 3 horas, o ônibus chegou em Rio Grande, uma cidade ainda Argentina. Esta seria a primeira de duas paradas programadas que o ônibus faria. Nesta primeira parada trocaríamos de ônibus. Aproveitei para fumar um cigarrinho, trocamos as bagagens de ônibus e passamos por uma pré revisão de documentação.



Preenchemos o papelzinho que deveríamos apresentar na fronteira da Argentina com o Chile e pegamos uma fila. Apresentamos o papelzinho e o passaporte, eles recolheram todos os passaportes e disseram que devolveriam dentro do ônibus.

Todos embarcaram no ônibus e ficamos esperando pelos nossos documentos.

Entrou uma menina, da empresa de ônibus, a que pegou os passaportes. Ela chamou pelo nome de uma senhora que estava com um garoto e disse que a senhora não poderia viajar pois a permissão para levar o moleque estava vencida. A senhora teve que descer do ônibus, ficar na cidade, esperar um cartório legalizar a documentação e então pegar um ônibus para Punta Arenas, o que só haveria na segunda feira.

Um rapaz da empresa de ônibus, que viajava conosco, começou a entregar os passaportes. Pegamos os nossos e tudo ok.

Continuamos a viagem. Desta vez, Célia mudou de poltrona, veio para aquela onde a senhora que precisou sair por causa do documento do menino estava. Era uma para trás da minha, do outro lado do corredor, mas agora já estava bem perto. Célia deu graças a Deus, pois ao lado dela, na poltrona 18, estava um cara bêbado, cheirando a cachaça, e atrás duas cocotinhas que não paravam de falar, comer e beber coisinhas, abrindo pacotes e garrafas o tempo todo.



Célia dormiu na poltrona 12 e 13, esticadona. Eu e Alejandro continuávamos conversando. Ele mostrava seus mapas - andava com vários deles. Conversamos mais de 6 horas sem parar, um papo muito gostoso. Até em Russo falamos, Alejandro morou quase 10 anos em Moscou.



O rapaz do ônibus nos ofereceu um café e uma caixinha com um lanchinho e 2 medias lunas (croissants). Chic né?



Após uns 300 km de rípio, chegamos na fronteira entre a Argentina e o Chile. Todos tivemos que descer com nossas bagagens de mão e passar pela aduana. Entramos em uma filinha básica e mostramos nossos passaportes, recebemos o carimbo e estávamos liberados. Enquanto isso, o rapaz do ônibus tirava todas as malas do compartimento de bagagens para que elas passassem pelo raio X. No Chile não é permitido entrar com nada de alimentos frescos. Compramos 2 empanadas chilenas para depois e tiramos algumas fotos.






Passamos as bagagens pelo raio x e embarcamos no ônibus novamente. Desta vez seria o trecho mais longo, sem paradas.O trâmite na aduana foi bem tranquilo. Nos relatos que lemos pela internet, vimos muita gente falando de demora nesse trecho da viagem. A nossa experiência foi bem light.

Ao voltar para o ônibus, me acomodei nas poltronas 12 e 13, onde Célia estava. Ela se sentou com Alejandro para conversar um pouco. Consegui dormir uma hora mais ou menos. Célia também cochilou, sentada ao lado de Alejandro.

Algumas horas depois, chegamos ao Estreito de Magalhães. Atravessaríamos de balsa. O vento estava rajando, muito forte e muito frio. Não sei quantos graus estava, mas a sensação térmica devia ser de muitos graus a menos. Descemos todos do ônibus, aproveitei para fumar meu cigarrinho, tiramos algumas fotos e esperamos pela próxima balsa.






 Foi uma questão de uns 40 minutos para a balsa chegar. Entramos todos, existe um lugar dentro da balsa, com bancos acolchoados e um bar. A travessia levou 30 minutos. Ondas grandes se formavam no Estreito de Magalhães devido ao forte vento.




Chegamos ao outro lado do estreito, embarcamos novamente no ônibus e continuamos a viagem. Desta vez, me sentei na poltrona 12 e Célia na 13. Atrás de nós havia uma gordinha e seu marido, ela veio empurrando a poltrona com seu joelho quase o tempo todo que me sentei ali. Eu não havia dito nada até então.

Quando fui reclinar a poltrona, estava duro, a gordinha sem noção estava colocando os joelhos na poltrona para impedir que ela não reclinasse. Me levantei, olhei para trás da poltrona e vi que ela estava impedindo e dando risadas com seu marido. Falei: "legal hein", me sentei novamente e tentei reclinar a poltrona de novo, desta vez usei força para reclinar, e a gordinha forçando para que eu não reclinasse.

Os nervos subiram à cabeça, me levantei, virei para trás e em alto tom disse: "TE PIDO SOLO UM POQUITO DE EDUCACION, A POLTRONA TIENE UNA RECLINACION E TODOS PUEDEM UTILIZAR-LA HASTA SU LIMITE, TE PIDO UM POQUITO DE EDUCACION. SE NO, TENGO QUE LLAMAR LA PERSONA RESPONSABLE"

O ônibus todo escutou, a gordinha ficou pianinho e não encheu mais o saco. O cara também não abriu a boca. Que pessoa mais mal educada!

Enfim, chegamos em Punta Arenas. Nos despedimos de Alejandro. Ele ficaria na cidade até segunda feira para pegar um voo para Santiago do Chile, onde tem uma pequena casa. Alejandro nos pediu o endereço do nosso hostel para tomarmos um café no dia seguinte. Assim como nós gostamos dele, ele também gostou da gente.

Decidimos ir caminhando até o hostel, apesar de não saber se era longe ou perto. Antes, passamos na companhia de ônibus, que ficava a duas quadras de onde descemos, para comprar as passagens para Puerto Natales.




Passagens compradas, pedimos informações do endereço do hostel e fomos caminhando.

Umas 5 quadras mais à frente, decidimos perguntar novamente sobre o endereço do hostel. Paramos uma mulher na rua e perguntamos. Ela nos disse que estava indo para lá também e que o hostel era da irmã dela, Betty, que estava viajando e voltaria no dia seguinte. Fomos juntos com Patrícia até a Hospedaje Betty.


No hostel, fomos recebidos pela tia de Betty, uma senhora muito simpática e atenciosa. Ela nos mostrou nossa acomodação, deixamos as malas no quarto e fomos para a cozinha. Ela nos deu algumas dicas da cidade e conversamos um pouco. Falou sobre a zona franca de Punta Arenas, onde poderíamos comprar roupas de frio muito baratas e outras coisitas mais. Como teríamos apenas 1 dia nesta cidade, decidimos ir para a zona franca logo. Patrícia nos acompanhou até uma esquina, onde pegaríamos um táxi coletivo.

Chegamos na zona franca. Célia queria comprar umas roupas térmicas para usar por baixo das roupas normais. Depois de comprar umas batatinhas fritas tipo Pringles, fomos procurar a loja de roupas.

Célia comprou as roupas térmicas, 1/4 do preço do Brasil. Segundo Célia são muito boas. Ela aproveitou e comprou também um casaco que protege da chuva e do vento, bem bonito. Comprei um tênis Timberland, que aqui são bem em conta também.

Fiquei com água na boca em comprar um violão. Havia um kit com o violão, capa, afinador, amplificador, etc, etc, etc. Era bem barato, 1/4 do preço no Brasil. O problema é que a caixa toda pesava mais de 20 quilos, só não comprei por este motivo.

Comemos um cachorro quente dentro do shopping e pegamos um táxi coletivo para voltar ao hostel. O motorista era jovem e muito gente boa. Ele estava fazendo sua última corrida. Eram 21:00h. Demos o endereço e ele nos levou até lá. Apesar de os táxis coletivos terem um itinerário a seguir, como era a última corrida, ele resolveu nos deixar na porta do hostel.

Estava hospedada lá também, uma menina chamada Maria Loreto, uma pessoa muito gente boa também. Ela veio com uma cerveja e nos ofereceu para experimentarmos. Ela é vendedora de produtos da Nautika, equipamentos para camping. Tomamos a cerveja e decidimos comprar mais. Eu e Célia fomos a um mercadinho que ficava a duas quadras dali. Reparem na propaganda do sorvete, diz: "esquisito".


Compramos 12 latinhas da cerveja Austral, fabricada em Punta Arenas mesmo. Nós 4, eu, Célia, Loreto e a tia de Betty ficamos conversando, dando risadas e tomando as cervejas. Tomamos todas.




Havia um fogão muito lindo na Hospedaje betty.


Depois fomos dormir para acordar cedo e aproveitar o dia. Sairíamos de Punta Arenas às 18:00h em direção a Puerto Natales.

3 comentários:

  1. É Ro so um portuga mesmo para descobrir o estreito de Magalhães, o que é que esse cara tinha que ir tão longe...? Mas deve ser legar estar nesse estreito.Palmer

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    1. Esses portugas, se deixar eles dominam o mundo!

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  2. Ola Ronaldo, vc saberia informar ate que horas funcionam as lojas da zona franca em punta arenas?

    Conseguiu resolver seu problema com o cartão Santander? Também estamos querendo usar o nosso la, mas depois do seu relato fiquei com receio...

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