quinta-feira, 16 de maio de 2013

Rumo a Torres del Paine

Hoje, 12 de maio. Acordamos às 7:10h, despertados pela dona Lúcia. Nos arrumamos e descemos para tomar o café da manhã. A mesa toda estava posta, dona Lúcia é uma pessoa muito organizada, dava gosto de ver.

Tomamos nosso café, pagamos pela estadia e pelo transporte. O pagamento é feito à hospedagem e depois eles  repassam à companhia de turismo. Fomos para fora da casa para fumar um cigarrinho e tirar algumas fotos.




A van chegou, entramos e já havia um casal de americanos. Eles fariam a trilha até o glaciar Grey, ficariam em barracas. A van passou pela cidade buscando mais passageiros em seus hostels. Pegamos mais dois alemães, um holandês e uma mexicana. Todos preparados para as trilhas. O clima não estava nada bom, mas dizia o pessoal que, nas previsões, o clima melhoraria no dia seguinte.

O roteiro deles era o seguinte: A van os deixaria no começo da trilha. Dali até o primeiro abrigo ou camping, seria uma caminhada de 4 ou 5 horas. Dormiriam neste primeiro ponto, no dia seguinte caminhariam até o Glaciar Grey e voltariam no mesmo dia. Até o Grey, são 3 horas de caminhada. Eu e Célia não viemos preparados para caminhadas, pois tínhamos lido na internet que os abrigos estariam fechados nessa época e Célia não quis acampar no frio. Eu toparia, mas ainda bem que não fomos, pois seria pesado por causa do clima. Nos hospedaríamos no Hotel Cabanãs del Paine.

Continuamos estrada afora e a primeira parada foi em uma cabana grande, em Cerro Castillo, onde havia uma loja e um restaurante, muitos livros, roupas, artesanatos, algumas comidas, café, etc.





Saímos da cabana e continuamos a viagem pela estrada. A paisagem é muito linda. Avistamos vários guanacos e ñandús, que são parentes da lhama e do avestruz, respectivamente.

Após uns 40 minutos de estrada de cascalho, Catalina, uma garota mexicana muito bacana, perguntou ao motorista se poderíamos parar para tirar umas fotos. A paisagem estava muito linda. Ele parou um instante, pois estava preocupado com a caminhada deles, aqui, às 16:30h com o tempo ruim, já é escuro e começa a ficar perigoso caminhar nas trilhas.







Houve mais uma paradinha rápida para fotos das Torres del Paine.


José, o motorista da van, havia nos perguntado onde ficaríamos. Ele achou um pouco estranho, pois é longe de tudo, e em baixa temporada não há o que fazer por lá. Resolveu parar em um local onde havia umas pequenas cabanas, e eram dentro do parque, mais próximos de trilhas e etc. Perguntou o preço para, se caso nós quiséssemos nos mudar depois de dois dias, já teríamos informações. Nós não viemos preparados para trilhas, Célia veio de mala de mão com rodinhas, não é possível se fazer trilhas com este tipo de mala.

Chegamos ao ponto onde o pessoal que veio para fazer a trilha desembarcou. Eles se prepararam com seus equipamentos, José explicou que eles tinham que ir seguindo as estacas laranjas e assim chegariam até o primeiro refúgio, após 4 ou 5 horas de caminhada. Nos despedimos e desejamos muita sorte a todos, pude sentir a emoção que eles sentiam, um dia vou fazer uma destas também.





Continuamos nossa ida ao Cabañas del Paine. O hotel fica fora do parque, não muito longe da administração, mas é fora. Chegamos, éramos e seríamos os únicos hóspedes até o fechamento do hotel no final de maio. Ele só reabre novamente em agosto. O hotel é muito bacana. Fomos recebidos por Carolina, a gerente.


Pensávamos que iríamos ficar em umas das cabanas, mas como é baixa temporada, as cabanas estão desativadas. O  hotel fica em um local muito afastado, depende de geradores de energia e calefação à gasolina. Não é viável deixar tudo funcionando sem ter clientes.


Ficamos no único prédio que estava ativo, todo chicoso. Este não é o prédio principal do hotel quando em alta temporada. Na área do hotel havia 2 prédios grandes, 1 restaurante e 8 cabanas bem confortáveis. Nas cabanas não havia televisão, nem nos quartos dos prédios grandes. Havia somente uma televisão em uma das salas, onde assistíamos filmes pela noite. Isto é um ponto que o hotel perde feio até para hostel.

Outro ponto que não gostei no hotel, é a frescura. É do tipo de hotel de rico, que entra com o nariz empinado, trata os empregados como se fossem escravos e tal. Me incomodava os funcionários não almoçarem enquanto não almoçássemos. Eles só comiam depois de nós, não importava a hora.

Uma noite, descemos para a sala e estavam Carolina e Gabriela assistindo tv, imediatamente pararam e se colocaram em suas posições, uma atrás do balcão e a outra em pé, aguardando o que poderíamos querer. Achei muito chato isso. Gosto quando as pessoas se sentem à vontade, se unem a nós e se divertem junto.

Cheguei a falar isso para a Carolina, ela nos disse que seria genial, mas elas não podem se unir a nós e tomarmos um vinho juntos por exemplo. O hotel exige esta frescura. Realmente nasci para ser pobre, prefiro os lugares simples.

Tirando esta frescuraiada chata, o resto foi muito bom. Ótimos papos com Carolina, sempre em sua posição de gerência, atrás do balcão. Já Gabi, bem mais tímida, falava muito pouco.

Nosso quarto ficava no segundo andar, muito espaçoso e com uma bela cama. Tínhamos vista para os grandes montes de Torres del Paine. Quando o clima deixava, podíamos avistar o monte Paine Grande e os Cornos. Muito lindos.



No hotel havia 4 gatos: Juan Torres, Álvaro, Mitcha e Paloma. É claro que ficavam sempre para fora, mas quando dava, eles entravam. Por nós, a liberação seria total. Quem gosta muito dos gatos é Gabriela. Nos disseram que os gatinhos e os cães pequenos não vivem muito por aqui, acabam virando comida de puma ou raposa.





A paisagem é exuberante. As árvores com seus tons em amarelo e vermelho, os montes nevados, o rio, o monte de pedra, o azul do céu, tudo se encaixava perfeitamente.










O café da manhã em frente a uma grande janela, com vista para os tons coloridos das árvores, era de uma calmaria estonteante. Tínhamos o hotel inteiro somente para nós.


Os almoços preparados por Daniel, um chef muito jovem, eram deliciosos. Os jantares também davam água na boca. Todos com pãezinhos, manteiga e uma sopa de entrada, um prato principal e uma sobremesa. Os vinhos eram bons.




Enfim, tiramos várias fotos da natureza, almoçamos e jantamos bem. Descansamos muito.

À noite resolvemos assistir a um filme, se chamava "Extremo", com Brad Pitt, muito bom por sinal.











Um comentário:

  1. Gente fina, é outra coisa....tem hotel somente para ele......kkkkkk.Outra coisa engraçada, onde o Ro vai tem sempre um gato ou cão por perto, vc atrai animais.Bjo, Palmer

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